quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Quando a revista Superinteressante se torna desinteressante?


Revistas brasileiras que tratam de inúmeros assuntos científicos, às vezes se aventuram em tratar de um assunto que desconhecem, no caso: Religião, Deus, Bíblia e o Cristianismo. A revista Galileu de julho de 2002 tem por titulo: “Deus – precisamos dele?”. A revista Super Interessante de dezembro de 2005 tem por titulo: “Deus existe? – Será que a ciência tem a resposta?”. Em uma das edições da revista Super Interessante, os autores afirmam que uma pessoa não conseguiria seguir os mandamentos da Bíblia por completo, pois em outras palavras, teriam que andar como os homens das cavernas e usar longas barbas. O artigo foi escrito por uma pessoa que desconhece interpretação bíblica e a diferença entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento. Não é preciso muita inteligência para perceber a discriminação e o preconceito da revista para com o cristianismo ou qualquer religião existente.

Não é preciso dizer que é um desastre imenso quando estes periódicos se aventuram em assuntos religiosos. O único estudioso que citam é Mark S. Smith, pessoas que o publico desconhece. Em sua reportagem, não procuram entrevistar líderes cristãos respeitados entre as igrejas evangélicas no Brasil. A opinião ditatorial destas revistas é algo lamentável, para não dizer, ultrajante, pois afinal estamos em um país democrático. Se notarmos nos últimos anos, a revista Super Interessante procura todo fim de ano, se aventurar em assuntos religiosos. A revista evolucionista chamada – Super Interessante – às vezes se torna desinteressante quando faz afirmações religiosas inverídicas, e sem averiguação dos fatos. Os editores e autores têm a liberdade de não crer em Deus, entretanto, deveriam ter respeito para com aqueles que crêem em um Deus Criador do universo, mas não o fazem.

No texto da edição de novembro de 2010, é bem abrupto, e é escrito por pessoas que aparentemente desconhecem a Teologia Clássica, e transmitem idéias que mais parecem escritos por ateus. O título proposto pela revista – “Deus, uma biografia” – é um assunto que deveria ter sido escrito por pessoas conhecedoras da teologia judaica e cristã, para poderem especificar o assunto – Deus – de uma maneira mais adequada. Entretanto, não é o que vemos nesta edição da Super Interessante. Os autores, José Lopes e Alexandre Versignassi, tecem o texto com inúmeras piadas e conjecturas, e chegam a dizer que: “Os deuses nasceram do pôquer…” (pg 60), também afirmam que através de seus estudos descobriram que o Deus da Bíblia já fora casado, e que sofreu um divórcio litigioso, além de ser vingativo, ambicioso e que conseguiu se destacar entre os deuses usando o engano e ao amadurecer-se tornou-se menos falível. Na pagina 66 afirmam que: ‘Até então, embora Javé tivesse tomado conta das funções guerreiras de Baal, nada indicava que ele também pudesse bancar o regador de plantas. Mas os profetas israelitas passam, então,a afirmar que o mandachuva era ele.” Na mesma página as afirmações sem comprovações históricas são citadas: “No mundo mitológico, Javé se fortalecia como nunca.

Como a nação agora indefesa militarmente, era a hora de reafirmar que o deus da nação, ao menos, era o todo-poderoso. Nisso os profetas israelitas diziam que só Javé tinha existência, vida e poder; os outros deuses eram meras imagens de pedra, metal ou madeira. Era nada menos que a inauguração do monoteísmo….e esse Javé único é que iria para a Bíblia. E se tornaria a imagem de Deus no mundo ocidental.” Além destas afirmações capciosas o texto segue na mesma página: “E que, certa forma, era a imagem e semelhança do Javé pré-Bíblia: o Deus guerreiro, militar, que pune com rigidez os erros de seus adoradores. O Velho Testamento está repleto de castigos divinos dos mais leves, como transformar o fiel Jó, um milionário, em um mendigo, como um teste para sua fé, até o dilúvio universal – praticamente um restart no mundo depois de ter concluído que a humanidade não tinha mais jeito.” No final de seu texto declaram que: “… A saga de Javé é só um dos reflexos de uma epopéia maior: a da humanidade buscando um sentido para a existência” (pg 67). Uma conclusão que faria Richard Darwins lutar de alegria, afinal são estas e outras declarações irônicas que raciocinam os ateus de nosso século.

Na página sessenta e seis, como podemos observar, as declarações dos autores carecem de fidelidade histórica e teológica. Ao contrário do que afirmam, o Deus da Bíblia se fortalecia não porque os israelitas fizessem grande propaganda de Javé, mas o Deus Único se fazia conhecer através de Moises (Ex. 3.5). Foi o amor de Javé por suas criaturas que o levou a se manifestar, e por ser fiel à própria palavra, Ele se revelaria a humanidade através de uma promessa que fez a Abraão (Gn 12.3). O mesmo Deus que autorizava as guerras era o mesmo Deus de amor que levou profetas como Jonas a pregar a salvação para os Ninivitas. As guerras eram necessárias, pois os povos ao redor de Israel não conheciam os tratados de paz, e nem os direitos humanos, a única coisa que conheciam era a violência e o terror. O Deus de Israel enviaria o seu povo para terras onde povos que desconheciam leis, amor, perdão, convivência com outros povos, e só existia uma maneira de viver em um ambiente assim; lutar defendendo-se ou morrer.

Afirmam que na história de nossa evolução deixamos de adorar deuses com formas de animais e passamos a progredir com a cultura grega. Os autores também exploram a semântica e certos nomes como: Teiman e Paran, assim como Yamm e Mot, e em um jogo de palavras, passam a impressão de erudição. Toda a reportagem é epigramática e o Deus da Bíblia é apresentado como um mito que se desenvolveu entre a humanidade. A opinião que apresentam do salmo 82, é cômica e parece ter sido interpretada por teólogos mórmons que fazem uso indevido do texto bíblico, e são factóides em suas afirmações. O salmo 82, para eles é “uma espécie de Câmara dos Deputados dos deuses, na qual eles se reúnem para discutir assuntos importantes…” (pg 64). Afirmam ainda que, em um período da história de Javé, ele impôs sua vontade perante os deuses cananeus. Todavia, o texto em pauta não tem a ver com reuniões de deuses no céu, ao contrário, esta passagem é uma poesia onde Asafe expõe a ironia de Javé sobre os juízes judaicos daquela época. Aqueles juízes estavam debaixo do julgamento de Javé, e é como se Deus afirmasse: “Vocês pensam que são deuses, entretanto como homens vocês morrerão.” Um julgamento justo sobre juízes que acreditavam que Javé nunca os puniria por seus erros, e mesmo que fossem tratados pelo povo como deuses, Javé estava alertando–os “como homens vocês morreram. “

Mas os autores da Super Interessante foram muito infelizes ao tentarem interpretar um texto da Bíblia que desconhecem e, por esse motivo eles deveriam sempre em suas pesquisas, consultar ambas as partes, tanto os teólogos clássicos tanto os estudiosos seculares, mas como não os consultam, trazem esta desinformação a um público que em sua maioria, desconhece a Bíblia. Então os autores finalizam sua reportagem afirmando que: “… a saga de Javé é só um dos reflexos de uma epopéia maior: a da humanidade buscando um sentido para a existência. Neste aspecto, continuamos tão perdidos quanto os antigos que não sabiam por que o trovão trovejava ou o que as estrelas faziam pregadas no céu. Ainda não sabemos por que estamos aqui. E a única certeza é que vamos continuar buscando respostas. Seja o que Deus quiser”.

Nestas declarações não posso concordar com José Lopes e Alexandre Versignassi. Existe um único Deus verdadeiro (Is 43.10), que dá sentido a vida e a existência humana. Não estamos perdidos, como eles afirmam, pois não acreditamos em deuses como os antigos povos celtas, gregos e outras civilizações. A grande verdade é que o único Deus criador do universo nos apresenta o caminho para seu Reino, após a morte (Jo 14.6). Os cristãos sabem o porquê estão aqui, e as respostas estão na Bíblia, embora seja um livro desacreditado por inúmeros ditos sábios que a Palavra de Deus, os chama de loucos (1 Cor. 1.20, 21). É uma pena que pessoas que desconheçam a Bíblia, e que não crêem no Deus único, queiram tratar de um assunto que jamais poderiam escrever, pois desconhecem a hermenêutica e a exegese, e o estudo das línguas originais da Bíblia, mas que se aventuram no campo da fé. Eles afirmam na página final da reportagem: “Seja o que Deus quiser”. Nisto concordo com eles, no fim de todas as coisas é Javé que irá fazer o que quiser e não os homens que o desconhecem (Gn 14.19; Jr 10.16; Ef 1.11; Rm 11.33; Ap 4.11).

Autor: Marcos Batista Lopes

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